– Boa tarde!
– Boa tarde!
– Vai para onde?
– Dublin.
– O que vai fazer lá?
– Estudar.
– Estudar o que?
– Inglês?
– Quanto tempo vai ficar?
– Um ano.
– blábláblá Whiskas sachê blábláblá?
– Como?
– blábláblá Whiskas sachê blábláblá?
– Desculpa, não estou te entendendo. (nessa hora já entregando a carta da escola dizendo que eu estou matriculada em um curso de um ano)
– Hum… blábláblá Whiskas sachê blábláblá?
– Eu não estou te entendendo.
– Fala Inglês?
– Sim, mas eu não estou te entendendo. O que quer saber?
– Tu sabe que o visto de turista é só três meses na Europa…
– Sim, mas eu estou matriculada e tenho toda a documentação e quando chegar lá apresento a minha documentação e (fui cortada. Ele bufou, fechou me passaporte, me despachou e não me deu nem boa viagem)
Essa foi minha estréia em terras européias. Uma gaúcha cansada, sem dominar nenhuma língua além do português, com boa noção de inglês e descobrindo que seu espanhol não serve para se comunicar com atendentes impacientes. Mas antes disso a mocinha aqui teve uma pequena-grande jornada.
Saí de Porto Alegre às 14 horas de ontem (11/06), embarquei em São Paulo às 20h10 e cheguei em Madri às 11h20, em horário local (6h20, horário de Brasilia)
A jornada começou ainda em Porto Alegre quando a minha mala precisou ser aberta para diminuir peso. Sim, ela passou 1,900kg (o limite é 32kg exatos). Sendo assim, abri a embalagem bonitinha e retirei um sobretudo de lã. Resolveu o problema e me criou outro, porque ainda estou com o trambolho a tiracolo.
O embarque em São Paulo foi tranqüilo e o vôo também. Consegui dormir durante a viagem, mesmo que me acordando quase de hora em hora com o nariz e a boca seca e com calor.
Não tenho muita experiência em voos. Até agora o mais longe que tinha ido era Vitória (ES). Ao todo foram sete voos domésticos e sempre com a temperatura, creio eu, abaixo dos 23 graus. Pela primeira vez a temperatura não estava baixa. Aí começou aquela coisa de tirar roupa. Não, não foi strip-tease. Por sorte coloquei uma blusa de manga curta por cima de uma de manga comprida, mais o casaco (e o sobretudo, não podemos esquecer). Tirei a blusa de manga comprida e resolvi meu problema.
Escrevo agora de Madri, enquanto aguardo meu último trajeto. Enfim Dublin (até rimou). De frente para a pista vejo um sol de rachar. Os termômetros marcam 27 graus. E eu que queria fugir do calor…
Aguardo meu último trecho cansada e um pouco irritada. Acho que um pouco é por conta do cansaço. Outro pouco por conta do incidente na imigração. Me senti uma burra. O homem falava, falava e eu tentando entender. Aí parece que nessas horas a pessoa fala mais rápido, ou então o meu ouvido que ficou lerdo de repente. Enfim, me senti uma pateta tentando explicar o inexpicável, porque se eu desci aqui para conexão é meio óbvio que não pretendo ficar na Espanha, não? Bom, agora não consigo raciocinar muito…Afinal, preciso me concentrar para passar pela imigração Irlandesa e dessa vez em Inglês, ou seja, nem o portunhol me salva…
* este texto foi postado de Dublin porque nem por decreto presidencial consegui conectar na Free Public Wi-Fi do aeroporto de Madri. Vai entender…
Querida!!!
Como sempe digo, tu és corajosa demais. Se eu tivesse no teu lugar, sendo atendida por esse senhor simpático e nao conseguindo ser entendida…meu Deus….o pavor se instalaria ali na hora….hahaha
To acompanhando o blog, e mt curiosa para saber como serão teus dias….
Beijinhosss…boa sorte!
Renata, citou minha cidade (Vitória)..adorei!!!
Estou adorando os textos…
tudo de bom..
bjos
Oi Re,
tá tudo bem contigo, mesmo hein?
Tenho acompanhado o teu blog mas já vi que estas encaminhada que bom…
Nas próximas férias vou pegar as dicas contigo…
E as aulas quando começam?
Aproveite muito esse tempo por ai, pois passa rápido…
Então tá procurando algum trabalho? Que tipo rola por aí?
Inclusive devemos começar a nos comunicar em english…
Um grande beijo.
Sandra
[…] pensando nas muitas horas de voo até Madri resolvi que precisava de uma máscara de dormir. Acham que eu comprei? Que nada, […]